Vivemos uma era de paradoxos. Enquanto o acesso à informação é amplo, a desinformação prolifera e as vozes mais estridentes nas redes sociais se destacam. Em um artigo, Artur Lemos, Secretário-chefe da Casa Civil do governo do Rio Grande do Sul, reflete sobre como essa "gritaria" digital não representa a verdadeira vontade popular, e aponta o desafio de uma nova política que saiba ouvir o "silêncio da maioria".
A Falsa Representatividade dos Extremos
Para Lemos, a visibilidade nas redes sociais é dominada por extremos que "berram mais alto", enquanto a grande maioria da população — que trabalha, estuda e vota — permanece silenciosa. Esse silêncio, no entanto, não deve ser confundido com a ausência de opinião. É, na verdade, uma forma de resistência a um debate raso e polarizado.
A maioria da sociedade está cansada do ruído e desconfiada de radicalismos, optando por se expressar com contundência somente na hora do voto. Como exemplo, o autor cita a última eleição presidencial, onde a escolha popular recaiu sobre o candidato que "menos provocava rejeição", e não necessariamente sobre o que mais inspirava confiança.
Governar com Responsabilidade e Foco no Coletivo
Lemos argumenta que a política moderna precisa ir além do que viraliza e focar no que "amadurece no íntimo da sociedade". Ele destaca a importância de governantes que, mesmo sob pressão de grupos barulhentos, mantêm o foco em servir ao todo e em governar com responsabilidade.
Nesse contexto, ele elogia a gestão do governador Eduardo Leite, que, segundo o autor, "enfrentou temas difíceis, promoveu reformas relevantes e manteve um norte claro: fazer o que precisa ser feito".
Em um tempo em que o barulho tenta se passar por vontade coletiva, o artigo conclui que governar é, sobretudo, saber diferenciar o eco do grito. O autor finaliza reforçando que a verdadeira expectativa de um país que quer progredir reside no silêncio da maioria, um grupo "denso, legítimo e cada vez mais impaciente".